sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Corta-e-cola recomenda: Enter the Void (2009). Dir.: Gaspar Noé
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Videoclipes sem música (ou: a melhor forma de ver Gangnam Style)
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Baby Got Back e Sir Mix-A-Lot (ou: quando os editores mais criativos são os não-editores)
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Tudo o que você queria saber sobre o Homem-Aranha mas tinha medo de perguntar (reunido em um só programa)
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
"Premonição 5": um novo clássico
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Impressão Digital (dos filmes) - por Domênica Mantel
Descobri o rapaz por meio do Brainstorm e ao pesquisar seus trabalhos notei que essa opção por informações altamente concentradas é uma marca em seus projetos. Exemplo disso é o “Movie Core”que traduz filmes em imagens “esculturais” como estas aqui de “Os Excêntricos Tenenbaums”:
Ou este clipe, digamos que minimalista, da música “Buddy Bradley” do Adam Green:
Poder de síntese não é pra qualquer um. Vale a pena conhecer o artista. Bora lá? http://www.fredericbrodbeck.de/
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Essa é a primeira contribuição de Domênica Mantel para o blog. Formada em cinema e roteirista em tempo integral, é também interessada por tudo o que acontece no mundo dos filmes e na televisão. Já destrinchou House (você pode ler textos caprichados sobre TODO e QUALQUER episódio da sétima temporada no blog Sobretv.net) e mantém outras divagações no blog Tudo Fundido (também trocadilheiro, olha só). Vale a visita. Siga também em: @Dodomlyns
segunda-feira, 4 de julho de 2011
O filme do Gainsbourg, Joann Sfar e porquê os cartunistas um dia revolucionarão o cinema
Pois é com maestria que Joann Sfar, em sua estreia cinematográfica, consegue retratar todos esses lados da mesma pessoa, de forma leve, descontraída, sem se levar muito a sério (o que tem a ver, penso, com o jeito como Gainsbourg encarava todas as coisas). Não é a história oficial e verdadeira de Gainsbourg (como o diretor faz questão de anunciar no filme), senão uma interpretação livre e criativa de algumas das histórias relacionadas a ele, "um dos maiores artistas do século XX, que reinventou a música e o amor", como descreve o (belo) trailer.
Mas onde o filme mais acerta (pode deixar, sem spoilers aqui) é na mistura de linguagens e no uso criativo de muitos elementos narrativos. É como se o Gainsbourg pessoa fosse evoluindo junto ao Gainsbourg personagem, dialogando ação e imaginação durante todo o filme.
Isso acontece porque Sfar é um cara de imagens (é cartunista) e sabe dos potenciais narrativos na hora de contar uma história (em um e outro meio). Vai inclusive pelo caminho inverso da maioria das histórias baseadas em HQs: se a franquia X-Men se esforça mais a cada filme em parecer real e verossímil (o que fica ainda mais claro com esse First Class), usando os efeitos para provar o que só existia na nossa imaginação, no filme de Gainsbourg, efeitos, animação e uso de marionetes estão ali para sugerir, fantasiar e dialogar com a história que está sendo contada, ampliando seu potencial narrativo. Em um texto extremamente interessante de seu blog Sfar comenta seu processo criativo, mostrando como as duas coisas, ilustração e texto, quadrinhos e cinema, estão associados no seu trabalho (e como acaba usando um, mesmo quando está fazendo o outro). Como na frase (o blog está todo em francês e inglês):
"I also like this eternal feedback loop when shooting the movie, when I go back to my water-colours and draw a live actor being an imaginary character. (...) Building a narrative by opposing drawings and actor’s words, by making them dance together, is an inexhaustible source of inspiration."
(Trad.: Eu sempre gosto deste eterno vai-e-vem quando dirijo um filme, quando eu volto para a pintura e desenho um ator sendo um personagem imaginário. (...) Construir uma narrativa opondo desenhos e palavras dos atores, fazendo com que elas dancem ao mesmo tempo, é uma inesgotável fonte de inspiração)

Acho (ou torço para) que um dia o futuro do cinema pode vir também desses caras (me interessa especialmente esses casos); de pessoas que pensem o cinema de forma mais ampla, que misturem linguagens, que joguem com novos elementos, que misturem realidade, imaginação, sonho, etc. de forma que faça sentido (ou que seja ao menos atraente) e/ou fique visualmente interessante. As histórias em quadrinho jogam há muito tempo com algumas dessas ideias (falei mais disso aqui); é ver quando elas podem também chegar ao cinema de forma mais efetiva. O filme do Gainsbourg já é um desses exemplos. Fico imaginando o que Laerte, Angeli, Adão e Gonsales e, na América Latina, Quino, Liniers e Montt, para citar só alguns, poderiam contribuir ao nosso irregular (e às vezes pouco criativo) cinema.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Cannes, A Árvore da Vida, montadores e Daniel Rezende

O vencedor da Palma de Ouro em Cannes esse ano foi A Árvore da Vida, último filme de Terrence Malick. O filme americano conta com as participações de Brad Pitt e Sean Penn e é descrito como um drama com elementos surreais e influência da ficção científica (o que pelo visto poderia ser também dito do Melancolia do Lars Von Trier, filme que mais chamou atenção nesta edição do Festival - graças a polêmicas declarações do diretor - e rendeu prêmio de melhor atriz a Kirsten "Mary Jane" Dunst). Confira o trailer do filme abaixo (o de Melancolia você já viu aqui).
O que me chamou atenção em relação ao filme vencedor (e é especialmente importante para este blog) são os nomes que assinam a montagem do filme. São cinco pessoas no total (não consegui descobrir qual o papel de cada um deles): um tal Mark Yoshikawa; Billy Weber, montador de clássicos dos anos 80 como Top Gun e Um Tira da Pesada, e do Além da Linha Vermelha, também do Malick; Hank Corwin, montador do excelente (e obrigatório no tema) Assassinos por Natureza - é curiosamente o primeiro filme que ele montou; Jay Rabinowitz, montador de filmes importantes de dois dos maiores diretores atuais: Jim Jarmusch e Aronofsky - ele montou o mais obrigatório ainda no tema Réquiem para um Sonho; e por último (e mais importante) Daniel Rezende, o mais importante montador brasileiro do momento, que já foi indicado por Cidade de Deus ao Oscar e montou os Tropas de Elite, Diários de Motocicleta e uns tantos outros.
Uma das melhores seleções de montadores de todos os tempos e mais um destaque para Daniel Rezende, nome importante de nossa cinematografia. Rezende também já fez sua incursão à direção com o curta Blackout, que ele mesmo disponibilizou no Vimeo. Curta interessante que conta com a participação de Wagner "Capitão Nascimento" Moura e do diretor de fotografia César Charlone (que também atua). Confiram o curta abaixo na íntegra.
[spoiler] Como todo bom curta de montador estão aí as telas em preto, os planos-sequência e alguns elementos gráficos (os ponteiros do relógio) para dar graça à história. Ágil, atual e bem interessante, não acham?
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Um novo Lars Von Trier enquanto o mundo não acaba
sexta-feira, 18 de março de 2011
Os geniais efeitos visuais de Cisne Negro (contém spoilers, já aviso)
Pois aí está um belo vídeo de making of para nos ajudar.
O legal do vídeo é que mostra o truque cinematográfico ao mesmo tempo que mostra como a mensagem foi ampliada por essas muitas camadas feitas em pós-produção (como no caso do belíssimo plano da tatuagem de asa, por exemplo). Como falado no post anterior sobre a série In Treatment, esse tipo de coisa (como imaginar onde estaria a câmera em muitos planos, por exemplo) pode não ser imaginado ou mesmo cogitado por um espectador comum, mas serve para ampliar a reflexão sobre as imagens e gerar novas possibilidades narrativas. Ainda mais no caso do Cisne Negro, em que a história da bailarina e a interação com o instrutor de ballet (vivido pelo genial Vincent Cassel) apontam claramente para a relação da atriz com a personagem (que em alguns casos pode consumir demais a pessoa que interpreta, que começa a confundir os "papéis" - como no caso Heath Ledger/Coringa, imagino); e na relação própria entre a atriz e o diretor, que às vezes joga com o psicológico da atriz para alcançar o resultado desejado.
A pós-produção e montagem ajudaram no caso do filme a expandir essas possibilidades, jogando novas "camadas" de profundidade em uma já profunda história.
Ps. pros que se interessarem em ampliar o conhecimento sobre o filme, recomendo ver no Youtube uma longa entrevista (de quase UMA HORA de duração) com o diretor de fotografia Matthew Libatique, o montador Andrew Weisblum e o diretor, Darren Aronofsky, falando de forma quase informal sobre os diferentes aspectos do filme (clique aqui se quiser ver). Há outra com Natalie Portman, de pouco mais de meia hora que é também bem interessante (ela responde a pergunta "Você chegou a discutir com o Aronofsky se você realmente morre no filme?", já aviso) - para ver, clique aqui.
Ps2. Também falei do Cisne Negro em outro post, mas rapidamente, comentando os indicados ao prêmio de montagem do Oscar.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Quando o roteiro, a direção e a montagem são executados com maestria. (ou: as idéias por trás da primeira temporada de In Treatment)

E se você não sabia, a série é uma adaptação de uma produção israelense feita três anos antes com basicamente os mesmos personagens e conflitos desta primeira temporada americana. Aqui a apresentação (mais detalhada que a anterior) da série original:
Algumas idéias que me fizeram ficar viciado na série:
1. O formato é genial. Episódios curtos, de menos de 30 minutos, que vão ao ar de segunda a sexta, cada um deles com o paciente do dia (o de sexta é para supervisão, ou seja, ele é o paciente). Isso não só é um fator viciante como dá um dinamismo bem grande à série; muitas vezes você se pega querendo pular uma semana para descobrir logo o que acontece com o personagem (o que eu na verdade não recomendo).
2. Há ali todo tipo de conflito: amoroso, profissional, familiar, etc. Cada hora você acha que tem mais a ver com um paciente (e um tipo de conflito) e isso costuma variar bastante ao longo da temporada.
3. O roteiro é primoroso. Diálogos objetivos, que conseguem prender e instigar o espectador ao mesmo tempo que garantem bom ritmo e soam naturais em quase todo o tempo (pelo menos para mim), tendo bom desenvolvimento ao longo da temporada.
4. Ao ver o filme Inception/A Origem, de Christopher Nolan, me perguntei se aquilo não poderia ser mais denso e mais perturbador (sendo também mais efetivo), entrando mais na cabeça (aqui também literalmente) dos protagonistas e expondo os conflitos, sem tantas explosões e tiros para tudo que é lado. Algo que seria no final das contas mais complexo e feito, possivelmente, de forma mais barata, já que você não cria tantas situações mirabolantes. Seria algo como o eXistenZ do Cronenberg, só que não tão viajado ou bizarro.
Pois bem, o In Treatment entra nessa categoria. Por que não gastar a meia hora do episódio focando apenas na interação entre as duas pessoas, em um ambiente fixo, sem maiores ações, flashbacks ou representações fictícias do que está sendo falado? Essa era a proposta da série e me parece extremamente efetiva. É dado ao espectador o poder da imaginação (assim como trabalha o psicanalista diariamente) e essa é a graça da coisa.
5. (e aqui chegamos ao tema central deste blog) A série é um ótimo exercício de direção e principalmente, de montagem. Ao trabalhar basicamente com diálogos, um único ambiente, sem maiores apoios cenográficos, com apenas dois atores, sentados, falando por meia hora, é preciso representar os movimentos que, em um processo psicanalítico, representam coisas -falam tanto quanto o diálogo- além de dar bom ritmo e prender o espectador.
Há dois pontos que me parecem especialmente representativos dessa idéia e que ilustram possivelmente as duas coisas mais complicadas do trabalho de montagem:
a. Ação/reação. Um exemplo claro disso tínhamos também nos filmes (também só de diálogos) Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-sol, dirigidos por Richard Linklater. Ao colocar duas pessoas também conversando durante toda a duração do filme, eles tinham que, a todo tempo, mostrar a pessoa que fala (e que sugere algo) e a que que reage (aceitando ou rechaçando algo). Mais que isso, eles tinham que representar em gestos o que não é dito: um olhar que provoca; um não que quer dizer sim; uma levantada de sobrancelha desconfiada. E aí está boa parte do trabalho do montador, sabendo quando mostrar a ação e quando sugerir a reação, durante um diálogo, optando cada hora por um plano diferente. A mesma preocupação existe na série.
b. Quebra de eixo/direção do olhar. Eis uma das coisas mais dificilmente explicadas em aulas de direção e que o montador tem que estar a toda hora atento durante o processo. Ao inverter o eixo da câmera, colocando ela numa posição oposta ao sentido em que estava (em relação à ação), mudam-se as direções de olhar e sentido da ação, confundindo o espectador. O que em geral se atém para não parecer um erro, na série é usado com sentido narrativo. Ao trocar de uma hora para outra o eixo da câmera, passando para o outro lado da ação (do ombro esquerdo para o direito do analista, por exemplo), os olhares dos personagens trocam de direção, fazendo com que estes assumam posturas diferentes. O que antes estava em uma posição de defesa (e olhava para a esquerda da tela em boa parte das vezes) passa a assumir posição de ataque, olhando para o lado oposto. É um fator desconhecido para boa parte do público (que não percebe como tal) mas que certamente acaba influenciado por este tipo de linguagem (ou ao menos temos a tendência a pensar que sim). Dá de qualquer forma uma intenção para cada plano (e aqui valoriza o trabalho do diretor), além de um ritmo e uma dinâmica muito interessante (e o do montador também). Fica muito mais legal analisar o diálogo quando você está ciente dessas coisas; e pode interpretar que papel cada personagem está desempenhando nos diferentes momentos da série.
Tá dada a dica. (se quiser, clique aqui para ver em streaming o primeiro episódio - e ficar viciado para sempre).
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
O oscar de montagem (ou: entre Inception e Social Network fico com Scott Pilgrim)

Logicamente os montadores Kirk Baxter e Angus Wall têm seus méritos, já que conseguiram dar bom ritmo e tornar bastante interessante um filme feito basicamente em cima de diálogos. Confira abaixo uma entrevista feita com os dois no momento seguinte à premiação. Aí eles comentam um pouco sobre essa dificuldade de trabalhar com muito texto; sobre o trabalho com David Fincher; e lamentam o diretor não ter levado no momento seguinte ao deles o prêmio também.

Mas se no post do ano anterior eu lembrava da não indicação de Redacted, de Brian de Palma para a premiação nesta categoria (o que já me parecia bastante estranho), este ano acho revoltante não termos Scott Pilgrim contra o Mundo, de Edgar Wright disputando a estatueta. Um filme atual e inovador, com uma quantidade assustadora de novas idéias por minuto, bem dirigido e bem adaptado do universo da HQ, com ritmo impressionante, apoiado em muitos efeitos e elementos gráficos diferentes. Um filme difícil de fazer e que se relaciona, na minha opinião, muito melhor com esse universo virtual/eletrônico atual, de tantas músicas em mp3, jogos de video game, televisão e Youtube (e faz isso através de um uso animal da montagem). Universo este que deveria também estar representado em A Rede Social, já que se relaciona com a história do Facebook, meio que junta todas essas mídias. A Rede Social usa da rapidez e agilidade da interação das redes sociais e é um filme inteligente e bem estruturado, mas é um filme de texto, de diálogo, careta portanto em certo sentido.
Se você acha que estou forçando a barra e a coisa não é bem nestes termos, veja abaixo então um extenso vídeo sobre os diferentes efeitos presentes no Scott Pilgrim, comentados pelo diretor de arte Nigel Churcher. (No Youtube também tem um making of de quase 50 minutos com detalhes do filme, para quem quiser se aprofundar mais).
Com isso, acho que a premiação do Oscar que vimos ontem ficou ainda mas sem graça, já que nela vimos poucos filmes competirem entre si em quase todas as categorias, sendo que muitas delas a vitória já era dada como certa por um deles muito antes de ser anunciada (como foi no caso de Toy Story 3). Mais competidores dariam mais dinamismo para a premiação, além de mostrar aos telespectadores que Hollywood não vai tão mal das pernas assim.
Em tempo: cabe aqui algumas ressalvas. Confesso que não vi ainda o 127 horas de Danny Boyle, diretor este que soube jogar incrivelmente com a montagem em diferentes filmes; seja com a lógica televisiva/bollywood em Quem quer ser um milionário?; seja com o irregular A Praia, em que víamos uma viagem de Leonardo DiCaprio inspirada também nos jogos de video game; ou no inquestionável Trainspotting. Muitos já me falaram que 127 horas cumpre o esperado.
Outra coisa é que também não mencionei Aronofsky e seu excelente Cisne Negro, filme magistral de outro diretor que sabe usar a montagem como poucos -Réquiem para um sonho e Pi são exemplos claros disso- e Cisne Negro não foge à regra. De um modo ou outro podemos dizer que a disputa estava mesmo acirrada. Se por um lado faltou Scott Pilgrim, por outro sobrou talento em poucos (e grandes) nomes.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Sobre Fugazi, Cassavetes e trabalho na praia


A música que ele escolheu acho que é a minha predileta (do meu álbum predileto) do Fugazi (uma das minhas bandas prediletas): a Cassavetes, do In On the Kill Taker (álbum de 1993). Usando o tema da música, ele cruzou apresentações ao vivo da banda (provavelmente tirada do Instrument, ótimo DVD deles lançado em 2001) com cenas do filme Faces, dirigido pelo John Cassavetes em 1968 em que mais uma vez Gena Rowlands, também esposa do diretor, atua (é também citada na letra da música). Ah, o filme foi rodado na casa do casal, inclusive. Confiram o resultado do videoclipe abaixo.
E para aproveitar este que deve ser o último post do ano (já que ninguém é de ferro!), aí vai uma publicidade da produtora deles, a Copilotos, que ilustra muito bem como é trabalhar (e ter uma produtora) nesta época do ano. "Alô? Não... não fechamos. Aqui estamos. Em que posso lhe ser útil?". Aproveito este post então para desejar boas festas a todos (e bom trabalho pros que ficam).
Em tempo: nestes 10 meses de vida do blog, já tive mais de 13 mil visitas. Obrigado pela preferência. Postando sempre para postar bem (ou seria o contrário?). Celebremos então!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
RIP Sally Menke

quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Próxima estação: Laranja Mecânica. Desembarque pelo lado direito do trem.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Sobre 007 (gadgets, segredos e claro, bondgirls)

E se você esqueceu dos momentos marcantes da série, aqui um pequeno documentário de 10 minutos, com o genial Desmond Llewelyn, que interpreta o Q (o quê?), comentando alguns dos principais gadgets.
Ok, faltou bondgirls? Então aqui no Youtube tem uma lista com as 10 mais, ou se preferir, as 20 mais, para você. Música ruim, imagens de pouca qualidade e edição sofrível. Mas são bondgirls afinal de contas. Ah, Ursula Andress...
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
A Origem (e a origem) de Christopher Nolan

O filme em questão se chama A Origem (Inception, no original) e conta com Leonardo DiCaprio (fazendo outro policial num mundo fantástico, como em A Ilha do Medo, que comentamos aqui), o casal amigo das boas comédias românticas: Ellen Page (do Juno) e Joseph Gordon-Levitt (de 500 dias com ela) e Michael Caine, um dos prediletos do diretor. E tem esse trailer animal aqui, que te deixa realmente com uma bela de uma expectativa:
E já que falamos do A Origem, de Chrisopher Nolan, me parece interessante também falar da origem de Christopher Nolan, ou melhor, de um dos primeiros filmes que o diretor fez (e que o ajudou a se lançar no mercado cinematográfico). Se chama Doodlebug (1997) e já foi lançado numa das edições de curtas europeus do bacana Cinema 16. Poderíamos interpretar como um típico exercício de escolas de cinema: foi feito em 16mm, uma única locação, um só ator, em preto-e-branco, sem diálogos. Ainda assim, o exercício ficou bem interessante e já mostra um pouco o universo em que viria a trabalhar futuramente o diretor: drama psicológico com influência de sonhos e alucinações, que nesse caso fica bastante surreal. Interessante também saber que no curta ele trabalhou como diretor, roteirista, câmera e também editor. Confiram o resultado abaixo.
Santa expectativa para o novo filme, Batman!
terça-feira, 27 de julho de 2010
thunder, THUNDER, THUNDERCATS, ooooooooooo

O fato é que está previsto para 2011 uma nova série de desenhos animados com os personagens no Cartoon Network (acima uma idéia do que seria o novo conceito visual da série). E um filme para 2012, com diretores, atores e etc, ainda bastante nebulosos.
Parte dessa grande expectativa dos fãs em relação ao filme se deve justamente a pensar como seria essa passagem dos desenhos, com toda a liberdade que eles tinham, para um ação com atores reais nos moldes dos filmes de super-heróis que temos hoje. Um poster que fizeram aí pelos anos 97/98 (assim como haviam feito antes do filme para o Watchmen), tenta ajudar a imaginação, colocando atores conhecidos, como Wesley Snipes e Ed Harris, no lugar dos personagens (abaixo).

Mais interessante que este exemplo, e um bom exercício de edição, é o trailer fake que fez o tal WormyT, disponibilizado no Youtube, para o que seria o filme dos Thundercats. Segundo ele, tudo foi feito no Photoshop, alterando quadro a quadro cenas de filmes famosos e depois juntando tudo no Premiere. É um trabalho bem feito que usa apenas softwares simples (só o logo final do trailer, em 3D, foi feito por outra pessoa). E é legal que ele consegue convencer - e saciar parte de nossa curiosidade - mesmo tendo que transformar o Garfield 3D dos novos filmes, no Snarf. Confiram o resultado abaixo.
Pra quem gostou, essa é segundo ele a lista de filmes usados:
10,000BC, Masters of the Universe, Indiana Jones and the Last Crusade, Lord of The Rings: Return of the King, Farscape: The Peacekeeper Wars, Chronicles of Riddick, Pitch Black, X2:X-men United, X-men:The Last Stand, Troy, Star Trek6: The undiscovered Country, Space Hunter: Adventures in the Forbidden Zone, Stargate, Mighty Morphin Power Rangers: The Movie, Garfield, Enemy Mine, Spykids, Underworld, The Mummy, The Mummy Returns, Galaxy Quest, John Carpenter's Ghosts of Mars, Planet of the Apes, Aliens, Mortal Kombat: Annihilation, Reign of Fire, Mad Max Beyond Thunderdome.
Para relembrar o desenho original (e voltar à infância), clique aqui.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
A mágica do Chroma Key (e uma idéia sobre o "A Ilha do Medo", de Scorsese)
O site CGSociety, em uma matéria, explica e ilustra de forma muito didática como foi feita a filmagem e a composição dos planos do filme A Troca (2008), de Clint Eastwood. Tendo que recriar a Los Angeles de 1928, muita coisa foi feita em pós-produção, mas segundo o site o desafio foi interessante já que a composição está em função da "emoção" e não da "explosão de dinamite". No filme eles buscaram algo intermediário entre a filmagem em locações e a de estúdio, usando o Chroma Key para dar mais profundidade e ilustrar melhor o caos que era L.A. na época, a então maior metrópole americana. Explicam que isso gerava um dinamismo melhor para as cenas, além de ficar com uma iluminação mais natural e portanto, mais verdadeira. Nos três quadros abaixo, vemos o ponto de partida e o resultado final, no filme. (No site há também um vídeo bem interessante - que não consigo colocar aqui-, que mostra rapidamente cada uma das camadas acopladas depois, na pós-produção, para outra cena).



Outro bom exemplo de possibilidades do uso do Chroma vemos no Reel da produtora americana Stargate, que trabalha muito com séries para TV. Aqui há estes exemplos de como sair de duas pessoas no fundo verde para um plano geral, com helicópteros, navios em chamas ou o que quer que você imagine.
Este final de semana vi o bom A ilha do Medo (2010), o último do Martin Scorsese. Gostei bastante do resultado e achei muito bacana como o diretor consegue misturar vários gêneros no filme: do policial ao thriller de suspense, com alguns elementos do terror, da ação ou do drama pscicológico. Mas em muitos momentos -como numa cena em que vemos Leonardo DiCaprio à beira de um penhasco; ou logo depois, conversando no carro com um dos policiais do centro psiquiátrico - me incomodei com a forma algo artificial em que a composição foi feita. Para os que viram o filme - e passado o desfeixo - pergunto: seria proposital, até porque alguns compararam elementos da construção do filme com o expressionista O Gabinete do Dr. Caligari (1920), de Robert Wiene? (Mais não falo, que é para não estragar nada para os que não viram).
Pros que viram, recomendo também a leitura de uma "sinopse mínima" feita no dia 14/03 por Zé Geraldo Couto, crítico da Folha, em que ele levanta algumas idéias interessantes relacionadas à este filme.
terça-feira, 13 de abril de 2010
Os efeitos visuais de "O Segredo Dos Seus Olhos"

A verdade é que o filme vale pelo simples fato de ser um ótimo filme e por isso, fosse ele da Argentina, do Brunei, ou do Quirguistão, mereceria de qualquer forma o prêmio da Academia. O filme tem um ótimo roteiro, diálogos muito inteligentes, atores convincentes (e mesmo tendo o Darín em todos os filmes argentinos, acho que ele sempre consegue me convencer; neste até mais que em outros), ótima fotografia, planos interessantes e, é claro, um plano-sequência de cair o queixo.
Logo nos cinco primeiros minutos do filme, mostrando diferentes possibilidades de histórias a serem contadas, o diretor joga com diferentes texturas para mostrar uma história de amor (que mais parece comercial de margarina), uma despedida em uma estação de trem (com muito movimento, uma composição de planos que parece simular um sonho) ou uma cena de estupro (câmera na mão e muito movimento). Com isso, entra na história, que vai prendendo o espectador aos poucos, até o clímax final. Filme inteligente, com bom ritmo, despretencioso, que garante bons momentos cômicos e bons momentos de suspense e perseguição, sem nunca errar a mão. Vale lembrar que Juan José Campanella não só assina a direção como também o roteiro, a produção executiva e a montagem.
E como todo bom montador gosta de fazer, aqui temos um excelente plano-sequência, que quase chamou mais atenção que o próprio filme. Com duração de mais de 5 minutos, saímos de um plano aéreo de um estádio, vamos até o personagem principal e o acompanhamos em uma frenética perseguição, com muitas mudanças de ambiente. Abaixo coloco alguns vídeos que mostram como foram feitos os principais efeitos durante a pós-produção, principalmente para fazer este plano. Um efeito elaborado, usado anteriormente no filme "O Senhor dos Anéis" e usado pela primeira vez na Argentina, segundo eles.
E vale lembrar, para completar o post anterior, que esta foi a segunda indicação de Campanella ao prêmio de melhor filme estrangeiro, já que ele já havia disputado por "O Filho da Noiva", de 2001. E foi o segundo prêmio de filme estrangeiro do Oscar conquistado pela Argentina. O primeiro foi o tal "La Historia Oficial", de 1985, dirigido por Luis Puenzo.
Veja abaixo, os interessantes making-offs do filme, nessa sequência :(há muitos mais no Youtube. Aqui coloco os que achei mais interessantes ou relevantes)
1. Programa argentino (sem legendas) que mostra parte da cena, entrevista o diretor e outros envolvidos e ilustra parte dos efeitos usado no plano-sequência.
2. Rodrigo Tomasso, supervisor de efeitos, comenta sobre os efeitos usados no plano-sequência.
3. Um vídeo mais técnico, da produtora de efeitos, que mostra os diferentes layers 3D usados na primeira parte do plano-sequência. Muito interessante e ilustra o efeito magistralmente.
4. Aqui, eles mostram como foi feito outro ponto difícil do plano sequência, que é a queda do homem que é perseguido, quando a câmera sai de um andar e passa a acompanhar o homem no outro.
5. Por último, outro vídeo da produtora de efeitos especiais onde vemos a composição em 3D do plano do trem.
Aproveitem!