Um homem sofisticado numa trama sinistra. Uma loira “gelada”
inocente e diabólica. Um plot resolvido apenas no último segundo. Luz e sombra
na fotografia. Trilha a la Bernard Herrmann, edição precisa, câmera-personagem, espectador
cúmplice. A receita existe, mas se houvesse fórmula para um clássico de
Hitchcock, os filmes do Brian de Palma ainda valeriam o ingresso. Não é o caso.
Se desde sempre o nome do diretor inglês e o termo suspense
são considerados sinônimos, em 2013, o dicionário ganha um novo termo: hype. Hitchcock
está na moda, na tv, no cinema e provavelmente nas grandes premiações ao longo
de 2013/2014. Até o momento temos, entre outras coisas, a produção com Anthony
Hopkins e Helen Mirren que conta os bastidores de “Psicose”, o lançamento do box “Alfred
Hitchcock the Masterpiece Collection” com 15 obras-primas em formato Blue-Ray e um filme da HBO, um tanto mal criticado, sobre
sua relação obcessiva com Tippi Hedren.
Mas em meio a todo o “buzz” surge uma notícia que muito interessa a este blog: é “The White Shadow” de 1924. Os rolos, perdidos por décadas e com autoria desconhecida até 2011, foram doados ao National Film Preservation Fund
em 1989, e agora são disponibilizados (os 43 minutos encontrados, pelo menos), via
streaming.
A direção é creditada a Graham Cutts, mas quem aparece como assistente de
direção, montador e cenógrafo é Alfred Hitchcock em, nada mais nada menos que, seu primeiro filme.
Pouco se sabia do roteiro, mas a história de uma irmã “má”
que toma o lugar da “boa”, já apresenta alguns toques sutis de sua posterior narrativa: o clima da aristocracia, o jogo de aparências, o trabalho com os atores e a montagem
nada monótona. Vale assistir, no mínimo, pelo registro histórico.
Se essa foi sua primeira incursão pelo cinema, termino o
post com uma jóia bem mais recente realizada em 2007 por um fã que
escreveu e dirigiu um curta (para a cava Freixenet) que mostra o
encontro e a execução de um roteiro supostamente perdido pelo mestre… Usando e
abusando dos recursos eternizados por Sir Hitchcock, “Key to Reserva” é simplesmente
genial. O fã? Um tal Martin Scorsese.
Enjoy!
"Elmer Bernstein"??? Tenho certeza que quis dizer Bernard Herrmann.
ResponderExcluirOi Laerte. Tem toda razão. Bernard Herrmann é "O" nome quando se fala em Hitchcock. "A la Bernstein" era só pra dizer que daria um filme de suspense bem legal ("Cabo do medo" do Scorsese é super Hitchcock, não?). Mas com certeza fica mais claro citar o Herrmann. Atualizado! Muito obrigada:)!!
ExcluirOi Domênica! Sim, de fato, "Cabo do Medo" tem uma trilha super Hitchcock, mas isso porque a trilha é do... Bernard Herrmann. ;) O Scorsese quis utilizar a mesma música do filme original no remake dele, então só o que o Elmer Bernstein fez foi adaptar a trilha. Abraços!
ExcluirTô bem,hein? hahaha. Obrigada, again!!!
ResponderExcluirNão sei se é esse que você ta falando com o Hopkins, mas é um com a diva Scarlett Johanson? Estou bem curiosa. E sim, ele era gênio, né? Pena que fabricaram tão pouco desses.. Rs...
ResponderExcluirAna
É um dos filmes que impulsionaram a "moda" mesmo. De repente parecia ter Hitchcock em tudo que é lugar, né? Quando vir o filme com a diva, conta pra gente o que achou :). Beijos pra você!
Excluir