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terça-feira, 9 de abril de 2013

The Walking Editors...

É... A terceira temporada de “The Walking Dead” chegou ao fim...



E para lidar com o luto e a sensação de vazio, dor, raiva e desejo de vingança que o último episódio deixou, compartilho aqui (sem as doses cavalares de dramalhão mexicano que os últimos adjetivos deixaram) uma pequena aula de efeitos visuais que ficaram como herança (ok, sem mais brincadeiras com morte. Rs). O fato é que, goste ou não da série, uma coisa é inegável: eles cuidam do resultado “gráfico” final e, em se pensando numa produção que exige agilidade e volume, algo típico da tv, o resultado anda bem bom.
PS: Se você tem problemas com SPOILERs, melhor não ver.


The Walking Dead Season 3 Visual Effects Reel from Stargate Studios on Vimeo.

Assim como nos dois anos anteriores, a Stargate , empresa de Vancouver, se responsabilizou pelos efeitos visuais. Misturando muita maquiagem, uma boa ajuda dos cenógrafos, a paciência da equipe e horas e horas de finalização, eles mostram que todo o cuidado dos primeiros arcos tem evoluído de acordo com a história. Se no início, os zumbis eram mortos à distância (o que “facilitava” qualquer trucagem), agora o close-up toma conta. Mais acostumados à realidade do “pós-apocalipse”, os personagens enfrentam as ameaças de perto e, com o fim do estoque de armas, usam todo tipo de artifício (martelos, tacos de baseball e qualquer objeto perfurante) para acabar com as “coisas”, dando mais trabalho à equipe de pós-produção.

Mas boa parte da diversão dos efeitos visuais é perceber o que não se vê. Toda a parte “gore” e a paleta com texturas de sangue (sim, eles possuem uma) estão explícitamente lá, o mesmo não se pode dizer das cidades destruídas, das ordas de zumbis, da prisão….


Enquanto você espera (ou não) pela próxima temporada, deixo também aqui os reels com os efeitos das duas primeiras. Pensa bem: Se o apocalipse acontecer, estaremos digitalmente preparados. Quem viver, verá... ou não. Rs.


"The Walking Dead" Demo Reel 2010 from Stargate Studios on Vimeo.


Walking Dead Season 2 VFX Reel from Stargate Studios on Vimeo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Os geniais efeitos visuais de Cisne Negro (contém spoilers, já aviso)

Você não se perguntou durante o Cisne Negro onde infernos estariam as câmeras (e todo mundo que trabalha ao lado dela) naqueles muitos planos no salão de ensaio, cheio de espelhos? Ou não se perguntou se era mesmo a Natalie Portman que dançava aquilo tudo? Ou mesmo, como eles faziam todos aqueles efeitos da "transformação", que conseguiam ser ao mesmo tempo artísticos e realistas?

Pois aí está um belo vídeo de making of para nos ajudar.



O legal do vídeo é que mostra o truque cinematográfico ao mesmo tempo que mostra como a mensagem foi ampliada por essas muitas camadas feitas em pós-produção (como no caso do belíssimo plano da tatuagem de asa, por exemplo). Como falado no post anterior sobre a série In Treatment, esse tipo de coisa (como imaginar onde estaria a câmera em muitos planos, por exemplo) pode não ser imaginado ou mesmo cogitado por um espectador comum, mas serve para ampliar a reflexão sobre as imagens e gerar novas possibilidades narrativas. Ainda mais no caso do Cisne Negro, em que a história da bailarina e a interação com o instrutor de ballet (vivido pelo genial Vincent Cassel) apontam claramente para a relação da atriz com a personagem (que em alguns casos pode consumir demais a pessoa que interpreta, que começa a confundir os "papéis" - como no caso Heath Ledger/Coringa, imagino); e na relação própria entre a atriz e o diretor, que às vezes joga com o psicológico da atriz para alcançar o resultado desejado.

A pós-produção e montagem ajudaram no caso do filme a expandir essas possibilidades, jogando novas "camadas" de profundidade em uma já profunda história.

Ps. pros que se interessarem em ampliar o conhecimento sobre o filme, recomendo ver no Youtube uma longa entrevista (de quase UMA HORA de duração) com o diretor de fotografia Matthew Libatique, o montador Andrew Weisblum e o diretor, Darren Aronofsky, falando de forma quase informal sobre os diferentes aspectos do filme (clique aqui se quiser ver). Há outra com Natalie Portman, de pouco mais de meia hora que é também bem interessante (ela responde a pergunta "Você chegou a discutir com o Aronofsky se você realmente morre no filme?", já aviso) - para ver, clique aqui.

Ps2. Também falei do Cisne Negro em outro post, mas rapidamente, comentando os indicados ao prêmio de montagem do Oscar.
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Atualizado em 29/03:
Uma ressalva: o vídeo que você vê acima não é o mesmo que eu tinha postado originalmente. O vídeo que eu tinha colocado acabou sendo tirado do ar e as únicas opções encontradas na Internet hoje em dia são vídeos oficiais da Fox. Há uma explicação para isso: enquanto Benjamin Millepie, marido de Natalie Potman e bailarino no filme, diz que a participação dela foi de pelo menos 85% nas cenas de dança, Sarah Lane, a dublê de corpo, fala que é algo como 5% (essas declarações vieram depois da premiação do Oscar, obviamente). No vídeo original dava para ver a troca do rosto de uma pela outra em pós-produção (daí porque eu falo no início, inclusive, sobre ela dançar ou não aquilo tudo). O vídeo atual continua interessante, mas substitui as cenas de dança por outras cenas com os jogos de espelho, em que se mostra o terror da personagem (efeitos para mostrar o irreal, o psicológico) mas não a dança e outros planos mais simples (aqui reais, em teoria). Aqui há mais informações sobre o caso, para quem quiser (em inglês).

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Boardwalk Empire e mais mágica do Chroma Key


Um dos melhores acontecimentos do audiovisual mundial em 2010 foi certamente a série Boardwalk Empire, da HBO americana, criada por Martin Scorsese e estrelada por Steve Buscemi (dois caras geniais). A empresa de efeitos Brainstorm Digital divulgou agora (que a primeira temporada terminou) um vídeo mostrando como eles fizeram a perfeita ambientação da série, que recria os anos 20 de Al Capone. Trabalho impecável (e criativo) que mistura grandes cenários a composições feitas em pós-produção através do recorte em Chroma (e muita criação em 3D). Vejam o vídeo abaixo (pros que estão no meio da série - como eu - o vídeo pode mostrar uma coisa ou outra que ainda não apareceu, já aviso. Mas não tira a graça das duas coisas - vídeo e série- na minha opinião. Pode ver sem medo).


E se você acha que está aí o grande trabalho de criação da série, aqui vai um time lapse do canal da HBO no Youtube, mostrando o imenso trabalho de criação do set principal da série, que aparece muitas vezes no vídeo acima.


Um e outro mostram o trabalho preciso e demorado que está por trás da criação da série e que ninguém nem imagina (mas admira). Depois disso, fica alguma dúvida da importância da série? Se você ainda não viu, vá atrás.

E por falar em Chroma Key, um bom exemplo está também em outro post, que mostrava a criação por trás do filme A Troca, do Eastwood. A recriação dos dois foi feita de forma bem parecida, inclusive. Clique aqui se quiser ler mais a respeito.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Walking Dead e Criss Angel (sobre zumbis e mulheres mutiladas; truques e truques cinematográficos)


Ontem vi o primeiro episódio de Walking Dead. Certamente os fãs do gênero devem achar ele meio novelinha, muito blablaba entre uma explosão de cabeça e um zumbi mutilado. Eu achei bem bacana. É mais um a provar que, pelo menos em se tratando de roteiros, o legal está mesmo na TV a cabo americana. É uma boa aposta no final das contas. Bem executado, bem escrito, com planos bem bacanas, efeitos e maquiagem impecáveis. E aqui está o principal (que pode explicar de certa forma o blablabla do roteiro): o zumbi em si, a cabeça mutilada e a pessoa sem perna, por si só, já não impressionam muito mais (ainda que no caso da série garanta bons momentos). Se antes o legal era pensar "como esses caras fazem isso", agora já tem milhões de vídeos na internet e programas de TV que mostram o making of dos inúmeros filmes de zumbis. As passeatas de mortos-vivos que têm por aí (e teve uma recentemente em São Paulo, a da foto abaixo), já estão se bobear mais profissas que muitos filmes de baixo orçamento. Então a idéia é dar uma nova cara ao gênero. Tentar torná-lo verossímil de novo. E o roteiro é parte essencial disso.


Mas falando em efeitos, truques e aspectos relacionadas à pós-produção, acho legal eles não esconderem no material extra de divulgação como as coisas são feitas (e nem transformarem isso em show, também). Veja o vídeo abaixo por exemplo, onde vemos Robert Kirkman, criador da HQ que deu origem à série e agora produtor executivo, falar sobre o assunto ao mesmo tempo em que vemos o zumbi mutilado (o primeiro que o personagem principal vê ao sair do hospital), com tecido azul ao redor das pernas para posterior recorte do chroma.



Este zumbi mutilado serve também para ilustrar outro ponto desta discussão entre o que desconhecíamos antes e agora já conhecemos de sobra. Em uma aula, o diretor de arte espanhol Andrés Hispano usava a história da mágica para ilustrar a mudança da visão das pessoas sobre os efeitos. Dizia ele que antes nos surpreendíamos com mágicos de shows grandiosos, como David Copperfield. Este fazia um show para se ver ao vivo e o povo caía totalmente nos truques do ilusionista. Dali passamos para o David Blaine (vou pular o Mister M, desculpa), mágico minimalista que dominava a linguagem da televisão e fazia truques muito simples (quase idiotas) parecerem muito mais autênticos que os do anterior. E por último teríamos o Criss Angel, mágico que nasceu no Youtube, com truques impressionantes em vídeos de péssima qualidade (difícil para ele foi convencer os outros que a Paris Hilton tava mesmo dando bola quando tirou a foto).


Andrés usava essa mudança para falar como o público liga hoje em dia muito mais para o conteúdo do que para a definição propriamente dita (até por termos agora câmeras simples e televisões "baratas" em HD). Como exemplo, comentava que o surgimento do Dogma-95 no mesmo ano em que vazou o polêmico vídeo da Pamela Anderson com o Tommy Lee não era coincidência; os dois apontavam para esta idéia de menos definição e mais conteúdo (no caso da Pamela, que conteúdo!). E neste processo, se antes duvidávamos da produção do Copperfield, agora caímos na do Criss Angel sem contestar muito; a graça está em cair no truque afinal de contas. Mesmo ele fazendo uns truques bem safados através de pura manipulação em edição (+ atores contratados). Os truques dele viram qualquer porcaria se você passar a pensar que ele está sempre mudando coisas que você não vê entre um corte e outro (e desculpa Criss, mas o Buster Keaton já fazia isso bem melhor que você quase um século atrás). O vídeo abaixo, que ele parte uma mulher ao meio, já é um clássico (e aqui, finalmente, a ligação com o outro zumbi, do Walking Dead).



Em tempo: se quiser saber qual é o truque da mágica acima, e que tem relação com edição, como falei, é só clicar aqui. Fácil e rápido, como a internet sempre possibilita.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Os efeitos visuais de "O Segredo Dos Seus Olhos"

No post anterior, usava o filme "O Segredo Dos Seus Olhos", do diretor Juan José Campanella, vencedor do Oscar de filme estrangeiro neste ano, para comparar as cinematografias de Brasil e Argentina. Mas pouco falei do filme em questão.


A verdade é que o filme vale pelo simples fato de ser um ótimo filme e por isso, fosse ele da Argentina, do Brunei, ou do Quirguistão, mereceria de qualquer forma o prêmio da Academia. O filme tem um ótimo roteiro, diálogos muito inteligentes, atores convincentes (e mesmo tendo o Darín em todos os filmes argentinos, acho que ele sempre consegue me convencer; neste até mais que em outros), ótima fotografia, planos interessantes e, é claro, um plano-sequência de cair o queixo.

Logo nos cinco primeiros minutos do filme, mostrando diferentes possibilidades de histórias a serem contadas, o diretor joga com diferentes texturas para mostrar uma história de amor (que mais parece comercial de margarina), uma despedida em uma estação de trem (com muito movimento, uma composição de planos que parece simular um sonho) ou uma cena de estupro (câmera na mão e muito movimento). Com isso, entra na história, que vai prendendo o espectador aos poucos, até o clímax final. Filme inteligente, com bom ritmo, despretencioso, que garante bons momentos cômicos e bons momentos de suspense e perseguição, sem nunca errar a mão. Vale lembrar que Juan José Campanella não só assina a direção como também o roteiro, a produção executiva e a montagem.

E como todo bom montador gosta de fazer, aqui temos um excelente plano-sequência, que quase chamou mais atenção que o próprio filme. Com duração de mais de 5 minutos, saímos de um plano aéreo de um estádio, vamos até o personagem principal e o acompanhamos em uma frenética perseguição, com muitas mudanças de ambiente. Abaixo coloco alguns vídeos que mostram como foram feitos os principais efeitos durante a pós-produção, principalmente para fazer este plano. Um efeito elaborado, usado anteriormente no filme "O Senhor dos Anéis" e usado pela primeira vez na Argentina, segundo eles.

E vale lembrar, para completar o post anterior, que esta foi a segunda indicação de Campanella ao prêmio de melhor filme estrangeiro, já que ele já havia disputado por "O Filho da Noiva", de 2001. E foi o segundo prêmio de filme estrangeiro do Oscar conquistado pela Argentina. O primeiro foi o tal "La Historia Oficial", de 1985, dirigido por Luis Puenzo.

Veja abaixo, os interessantes making-offs do filme, nessa sequência :(há muitos mais no Youtube. Aqui coloco os que achei mais interessantes ou relevantes)
1. Programa argentino (sem legendas) que mostra parte da cena, entrevista o diretor e outros envolvidos e ilustra parte dos efeitos usado no plano-sequência.
2. Rodrigo Tomasso, supervisor de efeitos, comenta sobre os efeitos usados no plano-sequência.
3. Um vídeo mais técnico, da produtora de efeitos, que mostra os diferentes layers 3D usados na primeira parte do plano-sequência. Muito interessante e ilustra o efeito magistralmente.
4. Aqui, eles mostram como foi feito outro ponto difícil do plano sequência, que é a queda do homem que é perseguido, quando a câmera sai de um andar e passa a acompanhar o homem no outro.
5. Por último, outro vídeo da produtora de efeitos especiais onde vemos a composição em 3D do plano do trem.
Aproveitem!