quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Parcerias com tiozinhos, para o bem e para o mal. (ou: sobre os melhores e piores de 2011)
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
BORN RUFFIANS - Nova Leigh (ou: muitas ideias de edição em um só videoclipe)
Isso é o que se vê no videoclipe para a música Nova Leigh, destaque do segundo álbum da banda canadense Born Ruffians.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
O meu melhor show do SWU!!! (ou: fazendo mágica com vídeos)
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Batalha de bandas
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
E hoje é dia de... The Sea and Cake
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
O caso Hadji Diouf. (ou: quando uma jogada ruim de futebol vira um criativo exercício de edição)
O desafio: vendo o potencial divertido da jogada, um internauta limpou quadro a quadro a imagem, deixando só o jogador em questão e desafiou, em um fórum na Internet, as pessoas a bolarem possíveis explicações visuais do que poderia ter acontecido.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
"Premonição 5": um novo clássico
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
E hoje é dia de... Foals!
Em tempo: Já que hoje também é dia de Red Hot Chili Peppers, fica aqui também a lembrança DESTE VIDEOCLIPE, certamente um dos mais importantes da história dos videoclipes (e que marcou -e muito- minha adolescência).
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Hoje tem Metronomy

segunda-feira, 22 de agosto de 2011
A música do Noah and the Whale. Os filmes do Wes Anderson.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Impressão Digital (dos filmes) - por Domênica Mantel
Descobri o rapaz por meio do Brainstorm e ao pesquisar seus trabalhos notei que essa opção por informações altamente concentradas é uma marca em seus projetos. Exemplo disso é o “Movie Core”que traduz filmes em imagens “esculturais” como estas aqui de “Os Excêntricos Tenenbaums”:
Ou este clipe, digamos que minimalista, da música “Buddy Bradley” do Adam Green:
Poder de síntese não é pra qualquer um. Vale a pena conhecer o artista. Bora lá? http://www.fredericbrodbeck.de/
______________
Essa é a primeira contribuição de Domênica Mantel para o blog. Formada em cinema e roteirista em tempo integral, é também interessada por tudo o que acontece no mundo dos filmes e na televisão. Já destrinchou House (você pode ler textos caprichados sobre TODO e QUALQUER episódio da sétima temporada no blog Sobretv.net) e mantém outras divagações no blog Tudo Fundido (também trocadilheiro, olha só). Vale a visita. Siga também em: @Dodomlyns
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Good (o novo videoclipe dos Dodos)
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Coma, Aprenda e se Movimente (com 3 vídeos)
O primeiro deles é o MOVE, que ilustra bem os diferentes lugares que eles passaram através de boas sacadas de captação e edição.
MOVE from Rick Mereki on Vimeo.
EAT tem também boas ideias gráficas (já usadas em publicidades, devo dizer). Acaba virando meio wannabe de Jamie Oliver, não acham? Já vejo um programa desse cara no Discovery Travel & Living...
EAT from Rick Mereki on Vimeo.
E o terceiro e último vídeo é o LEARN. Tem boas imagens mas não tem lá muitas sacadas de edição; e essa musiquinha já começa a dar nos nervos, ficando ppt demais pro meu gosto.
LEARN from Rick Mereki on Vimeo.
De qualquer modo os vídeos são bons exercícios audiovisuais, foram bem executados e conseguem passar uma mensagem simples para TODO mundo. Tanto é que eles já conseguiram 3 milhões de visualizações em apenas 5 dias (nada mal, não?).
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Fazendo imagens com vídeos dos outros (ou: generative video painting)

No melhor estilo corta-e-cola, o artista espanhol Sergio Albiac monta imagens artísticas usando pedaços de vídeos de outras pessoas. Ele montou o que ele mesmo chama de generative video painting ou, em espanhol, pintura video generativa. Circulando por diferentes áreas artísticas e usando o computador como ponto-de-partida, chega a resultados interessantes e bastante inovadores. Na sua página, fala mais sobre como vê o processo de criação:
Meu processo de criação habitual se caracteriza por escrever programas de computador que gerem imagens. Uma vez que a idea se transforme em código de computador, busco e seleciono os resultados visuais que melhor expressem meu tema. Às vezes, essas imagens geradas são o trabalho final e em outras, utilizo os programas como uma espécie de caderno de rascunho para visualizar os conceitos antes de pintar um quadro. Como dou muito valor à liberdade de expressão artística, não me sinto obrigado a me limitar a um único meio ou estilo. Por isso utilizo meios tradicionais ou "new media" para expressar minha visão artística.
O método de pintura gerada por vídeos, que ele criou, consiste em se apropriar de muitos trechos diferentes de vídeos disponíveis no Youtube e combiná-los, como se fossem códigos de computador, para chegar a uma imagem específica. O resultado pode lembrar a fragmentação do cubismo ou o sentido simbólico da pop art.
Veja abaixo as duas imagens criadas até hoje por ele, que usam vídeos genéricos ou sem muita importância (são os vídeos mais populares do Youtube em um dado momento) para criar a imagem da rainha da Inglaterra e da Marilyn Monroe (o que lembra as imagens de Andy Warhol). Para formar a imagem de forma mais clara, abstraindo um pouco mais os detalhes em vídeo, recomendo fechar os olhos, deixando uma pequena fresta, ou afastar bastante do monitor. O exercício de perceber uma coisa ou outra é bem interessante.
Me parece especialmente interessante as possibilidades e o alcance que o experimento pode gerar. Usando pequenos pedaços de diferentes vídeos, você está dando destaque não só à imagem final como também a esses pequenos pedaços, muitas vezes identificáveis. Ele descreve e valoriza a ideia de que ele utiliza o banal para criar algo majestoso (o vídeo genérico do Youtube criando a imagem da Rainha da Inglaterra, por exemplo). Jogando com essas variáveis ele poderia ser ainda mais provocativo (efetivo?) se, por exemplo, usasse vídeos pornôs, imagens de violência, símbolos do punk (que já atacaram a imagem da rainha) ou qualquer coisa do tipo para criar a mesma imagem. Acaba fazendo nos dois casos uma composição mais cromática que poderia ser também política. Mas abre todas essas possibilidades em um exercício de bom resultado, que brinca com edição de vídeo, que é a graça da coisa.
Ps. O blog Musicapavê, amigo deste, também fez um post recentemente falando sobre artes feitas com composições de imagens e objetos, relacionadas ao universo musical. Cita ali também Andy Warhol e mais: Vik Muniz, Mr Brainwash (do genial documentário Exit Through The Gift Shop) e Sandhi Schimmel (clique AQUI para ler). Depois de ver os dois casos, é interessante imaginar como ficariam as imagens mostradas ali, feitas com a lógica de vídeo do Sergio Albiac, não acham?
terça-feira, 12 de julho de 2011
Ida Maria e Cults: Oh my god!
Oh my god é também o nome de uma música dos Cults, banda novaiorquina que lançou não faz muito tempo seu primeiro álbum e já chama alguma atenção (não confundir com o gótico e oitenteiro The Cult). A música faz parte do Adult Swim Singles Program, que disponibiliza para download uma música por semana de artistas alternativos, patrocinado pela Kia, associado à franquia do Cartoon Network (você pode baixar música e disco no canal deles). O programa também é responsável pelo videoclipe, simples mas interessante (alguns poderiam dizer que é fofo), mas sem lá muitas ideias interessantes em relação à edição.
Outro clipe dos Cults já tem ideias mais interessantes de edição e é feito com uma produção mais elaborada: o vídeo para a música Abducted, primeira faixa do disco, mistura situações surreais, composições simples de imagens e temática próxima ao universo de David Lynch - estradas, personagens e situações estranhas, neblinas, alusões a sonhos, morte, etc.
Lembra também o videoclipe do The Dodos para a música Companions (que você viu AQUI). Confira abaixo.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
O filme do Gainsbourg, Joann Sfar e porquê os cartunistas um dia revolucionarão o cinema
Pois é com maestria que Joann Sfar, em sua estreia cinematográfica, consegue retratar todos esses lados da mesma pessoa, de forma leve, descontraída, sem se levar muito a sério (o que tem a ver, penso, com o jeito como Gainsbourg encarava todas as coisas). Não é a história oficial e verdadeira de Gainsbourg (como o diretor faz questão de anunciar no filme), senão uma interpretação livre e criativa de algumas das histórias relacionadas a ele, "um dos maiores artistas do século XX, que reinventou a música e o amor", como descreve o (belo) trailer.
Mas onde o filme mais acerta (pode deixar, sem spoilers aqui) é na mistura de linguagens e no uso criativo de muitos elementos narrativos. É como se o Gainsbourg pessoa fosse evoluindo junto ao Gainsbourg personagem, dialogando ação e imaginação durante todo o filme.
Isso acontece porque Sfar é um cara de imagens (é cartunista) e sabe dos potenciais narrativos na hora de contar uma história (em um e outro meio). Vai inclusive pelo caminho inverso da maioria das histórias baseadas em HQs: se a franquia X-Men se esforça mais a cada filme em parecer real e verossímil (o que fica ainda mais claro com esse First Class), usando os efeitos para provar o que só existia na nossa imaginação, no filme de Gainsbourg, efeitos, animação e uso de marionetes estão ali para sugerir, fantasiar e dialogar com a história que está sendo contada, ampliando seu potencial narrativo. Em um texto extremamente interessante de seu blog Sfar comenta seu processo criativo, mostrando como as duas coisas, ilustração e texto, quadrinhos e cinema, estão associados no seu trabalho (e como acaba usando um, mesmo quando está fazendo o outro). Como na frase (o blog está todo em francês e inglês):
"I also like this eternal feedback loop when shooting the movie, when I go back to my water-colours and draw a live actor being an imaginary character. (...) Building a narrative by opposing drawings and actor’s words, by making them dance together, is an inexhaustible source of inspiration."
(Trad.: Eu sempre gosto deste eterno vai-e-vem quando dirijo um filme, quando eu volto para a pintura e desenho um ator sendo um personagem imaginário. (...) Construir uma narrativa opondo desenhos e palavras dos atores, fazendo com que elas dancem ao mesmo tempo, é uma inesgotável fonte de inspiração)

Acho (ou torço para) que um dia o futuro do cinema pode vir também desses caras (me interessa especialmente esses casos); de pessoas que pensem o cinema de forma mais ampla, que misturem linguagens, que joguem com novos elementos, que misturem realidade, imaginação, sonho, etc. de forma que faça sentido (ou que seja ao menos atraente) e/ou fique visualmente interessante. As histórias em quadrinho jogam há muito tempo com algumas dessas ideias (falei mais disso aqui); é ver quando elas podem também chegar ao cinema de forma mais efetiva. O filme do Gainsbourg já é um desses exemplos. Fico imaginando o que Laerte, Angeli, Adão e Gonsales e, na América Latina, Quino, Liniers e Montt, para citar só alguns, poderiam contribuir ao nosso irregular (e às vezes pouco criativo) cinema.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Battles (em uns tantos vídeos geniais)

E aqui vemos a ideia da banda sobre a música (que não é nada demais) e um saboroso (já que a música trata de sorvetes) making of do videoclipe, gravado com a Canon 7D.
Aproveitando o bom momento, eles fizeram uma genial apresentação para os franceses do La Blogothèque (certamente a melhor coisa a aparecer na música dos últimos 10 anos) em um lugar incrível: em um dos salões da prefeitura de Paris. Famosos por fazerem sempre vídeos em plano-sequência, uma só câmera, som direto, dessa vez o blog resolveu situá-los em um lugar diferente e gravar com cinco câmeras (o que possibilita umas tantas manipulações em edição). Vejam abaixo as duas músicas gravadas por eles. Bom, não?
segunda-feira, 13 de junho de 2011
tUnE-yArDs e a lógica Corta-e-Cola... na música!

Nas gravações do disco e nas apresentações ao vivo (como a que você verá abaixo) ela conta com a participação de dois saxofonistas e um baixista (formação incomum, inclusive); e ela se encarrega de todo o resto. Isso quer dizer fazer toda a percussão (em cima de poucos instrumentos), cantar (e no caso dela é algo bem mais complexo - além de meio esquisito) e tocar um ukelelê. Complexo porque a música dela é feita na melhor lógica corta-e-cola: o que é cantado ou tocado uma vez vira um looping (com ajuda de pedaleiras), que vai se somando às outras camadas, criando a interessante mistura dela (que ela mesmo define como cut and paste patchwork). Na música abaixo, aí pro final dela, temos a combinação de umas quatro camadas de looping do vocal, umas três da bateria e mais o vocal e o ukelelê dela mesmo, que aí sim vai fazendo na hora. É quase trazer a lógica da música eletrônica para o que entendemos como tradicional, compondo à medida que toca. Confira.
Depois de outra música da mesma apresentação da rádio ela fala um pouco mais sobre o conceito das montagens. Aqui vai música e entrevista.
E ela já lançou um videoclipe, que também tem suas boas sacadas de edição, para a música Bizness (a primeira aí de cima).
Para mais duas músicas da apresentação da rádio, clique aí: Doorstep e You Yes You. Genial, não?
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Broken Social Scene vai de Dexter

O responsável por esta atrocidade é o grupo super-povoado canadense Social Broken Scene (os televisivos acima) e a música se chama Sweetest Kill, do último álbum deles, o Forgiveness Rock Record (do ano passado). O clipe saiu esta semana e mostra a bela Bijou Phillips (que já atuou em filmes como Quase Famosos) envenenando e fazendo picadinho do namorado (e não estou usando metáforas aqui). Veja abaixo.
Matador o videoclipe, não? Já Dexter deve estrear somente no final do ano (já que recomeçaram as gravações não faz muito tempo) e contará com os convidados Edward James Olmos (da série Battlestar Galactica), Colin Hanks (de O.C.) e o rapper Mos Def (do divertido Rebobine, por favor). É esperar para ver.

(Se você é fã de Dexter vai gostar de ler isso AQUI também).
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Buraka Som Sistema, truques de montagem e BaBaBaBaBaBaBaBa.
A frase acima é do twitter dos Buraka Som Sistema, representantes máximo do kuduro português que acabam de lançar um videoclipe para a música Hangover (BaBaBa) (certamente melhor que o filme de mesmo nome que chega aos cinemas brasileiros em sua segunda parte). Confiram.
Não é genial que quase todos os takes estejam manipulados de alguma forma? Truques simples de edição, principalmente na cor e na manipulação da velocidade, que criam um ritmo interessante (coerentes ao ritmo da música) em cima de takes bem simples e próximos ao universo da banda (parece que o videoclipe foi gravado em Angola, de onde eles tiraram a inspiração; e o BaBaBa do refrão). Valeria destacar só por aquele bonito take do mergulho na favela do início (o efeito mais elaborado do videoclipe, talvez, e ainda assim de fácil realização).
Para saber mais sobre o método de composição da banda, conhecer o Buda da Bigodaça e até ver um rápido take da participação do sepultura Igor Cavalera na gravação do álbum, confiram o vídeo abaixo. (Esse já não é tão bem editado e nem muito interessante, mas tem o Buda da Bigodaça, o que mais vocês precisam?)
Ps. Se você ainda assim quiser saber mais sobre a música, recomendo a "interessante" entrevista que o MC Nakobeta, responsável pelo refrão da música, deu em uma rádio angolana. "ENTREVISTADOR: MC Kakobeta, tens algo a dizer?" "MC NAKOBETA: BaBaBaBaBaBA"
quarta-feira, 25 de maio de 2011
The Dodos

segunda-feira, 23 de maio de 2011
Cannes, A Árvore da Vida, montadores e Daniel Rezende

O vencedor da Palma de Ouro em Cannes esse ano foi A Árvore da Vida, último filme de Terrence Malick. O filme americano conta com as participações de Brad Pitt e Sean Penn e é descrito como um drama com elementos surreais e influência da ficção científica (o que pelo visto poderia ser também dito do Melancolia do Lars Von Trier, filme que mais chamou atenção nesta edição do Festival - graças a polêmicas declarações do diretor - e rendeu prêmio de melhor atriz a Kirsten "Mary Jane" Dunst). Confira o trailer do filme abaixo (o de Melancolia você já viu aqui).
O que me chamou atenção em relação ao filme vencedor (e é especialmente importante para este blog) são os nomes que assinam a montagem do filme. São cinco pessoas no total (não consegui descobrir qual o papel de cada um deles): um tal Mark Yoshikawa; Billy Weber, montador de clássicos dos anos 80 como Top Gun e Um Tira da Pesada, e do Além da Linha Vermelha, também do Malick; Hank Corwin, montador do excelente (e obrigatório no tema) Assassinos por Natureza - é curiosamente o primeiro filme que ele montou; Jay Rabinowitz, montador de filmes importantes de dois dos maiores diretores atuais: Jim Jarmusch e Aronofsky - ele montou o mais obrigatório ainda no tema Réquiem para um Sonho; e por último (e mais importante) Daniel Rezende, o mais importante montador brasileiro do momento, que já foi indicado por Cidade de Deus ao Oscar e montou os Tropas de Elite, Diários de Motocicleta e uns tantos outros.
Uma das melhores seleções de montadores de todos os tempos e mais um destaque para Daniel Rezende, nome importante de nossa cinematografia. Rezende também já fez sua incursão à direção com o curta Blackout, que ele mesmo disponibilizou no Vimeo. Curta interessante que conta com a participação de Wagner "Capitão Nascimento" Moura e do diretor de fotografia César Charlone (que também atua). Confiram o curta abaixo na íntegra.
[spoiler] Como todo bom curta de montador estão aí as telas em preto, os planos-sequência e alguns elementos gráficos (os ponteiros do relógio) para dar graça à história. Ágil, atual e bem interessante, não acham?
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Vacas (como você nunca viu)
Cloud Nothings e o Músicapavê
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Garotas Suecas e Delafe y las Flores Azules. São Paulo e Barcelona.
Para efeitos de ilustração, abaixo um dos últimos videoclipes dos Garotas Suecas, gravado bem no coração desta atual (para mim) Vila Madalena, no famoso Beco do Batman, em um plano-sequência com manipulações em pós de velocidade (o que gera aqui um efeito interessante).
E se juntar os amigos e fazer um plano-sequência trucado (amigo também do baixo orçamento) é o tema da vez, conheçam os Delafe y las Flores Azules, uma das bandas mais interessantes da cidade condal (também visualmente), que já gravaram até com o Blogoteque. O final do videoclipe é o grande barato da coisa, lembrando o genial curta-metragem francês O Balão Vermelho do Lamorisse (ou mais recentemente o Up da Pixar).
Outro videoclipe da banda que também usa da edição para fazer algo interessante é o Espiritu Santo, música mais calminha que usa o corte para mudar a ação e a pessoa (e aqui também entram os muitos amigos da banda) e no final, apela pro crowdsource para multiplicar o efeito (lembrando o famoso Where the Hell is Matt? de uns tantos anos atrás).
No final, as duas bandas podem ser resumidas como futuras apostas das duas cidades (e dos dois países?), visualmente próximas e com algumas ideias interessantes nos videoclipes. Mais interessantes até que as próprias músicas, meio "poéticas" ou caetânicas demais pro meu gosto.
Este post é também uma homenagem ao finado Link to Think, blog que acompanhei e colaborei algumas tantas vezes e que fazia muito bem esse diálogo entre as duas cidades.
E se esse blog pretende colocar o audiovisual em palavras, outro que dialoga com este tema e que eu recomendo é o Músicapavê (ainda por cima trocadilheiro), que mostra áudio para ser visto (e usa como base para isso também os videoclipes, por tantas vezes objeto deste blog). Tá dada a dica.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Um novo Lars Von Trier enquanto o mundo não acaba
terça-feira, 29 de março de 2011
Conheçam JT, o macaco-editor
sexta-feira, 18 de março de 2011
Os geniais efeitos visuais de Cisne Negro (contém spoilers, já aviso)
Pois aí está um belo vídeo de making of para nos ajudar.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Quando o roteiro, a direção e a montagem são executados com maestria. (ou: as idéias por trás da primeira temporada de In Treatment)

E se você não sabia, a série é uma adaptação de uma produção israelense feita três anos antes com basicamente os mesmos personagens e conflitos desta primeira temporada americana. Aqui a apresentação (mais detalhada que a anterior) da série original:
Algumas idéias que me fizeram ficar viciado na série:
1. O formato é genial. Episódios curtos, de menos de 30 minutos, que vão ao ar de segunda a sexta, cada um deles com o paciente do dia (o de sexta é para supervisão, ou seja, ele é o paciente). Isso não só é um fator viciante como dá um dinamismo bem grande à série; muitas vezes você se pega querendo pular uma semana para descobrir logo o que acontece com o personagem (o que eu na verdade não recomendo).
2. Há ali todo tipo de conflito: amoroso, profissional, familiar, etc. Cada hora você acha que tem mais a ver com um paciente (e um tipo de conflito) e isso costuma variar bastante ao longo da temporada.
3. O roteiro é primoroso. Diálogos objetivos, que conseguem prender e instigar o espectador ao mesmo tempo que garantem bom ritmo e soam naturais em quase todo o tempo (pelo menos para mim), tendo bom desenvolvimento ao longo da temporada.
4. Ao ver o filme Inception/A Origem, de Christopher Nolan, me perguntei se aquilo não poderia ser mais denso e mais perturbador (sendo também mais efetivo), entrando mais na cabeça (aqui também literalmente) dos protagonistas e expondo os conflitos, sem tantas explosões e tiros para tudo que é lado. Algo que seria no final das contas mais complexo e feito, possivelmente, de forma mais barata, já que você não cria tantas situações mirabolantes. Seria algo como o eXistenZ do Cronenberg, só que não tão viajado ou bizarro.
Pois bem, o In Treatment entra nessa categoria. Por que não gastar a meia hora do episódio focando apenas na interação entre as duas pessoas, em um ambiente fixo, sem maiores ações, flashbacks ou representações fictícias do que está sendo falado? Essa era a proposta da série e me parece extremamente efetiva. É dado ao espectador o poder da imaginação (assim como trabalha o psicanalista diariamente) e essa é a graça da coisa.
5. (e aqui chegamos ao tema central deste blog) A série é um ótimo exercício de direção e principalmente, de montagem. Ao trabalhar basicamente com diálogos, um único ambiente, sem maiores apoios cenográficos, com apenas dois atores, sentados, falando por meia hora, é preciso representar os movimentos que, em um processo psicanalítico, representam coisas -falam tanto quanto o diálogo- além de dar bom ritmo e prender o espectador.
Há dois pontos que me parecem especialmente representativos dessa idéia e que ilustram possivelmente as duas coisas mais complicadas do trabalho de montagem:
a. Ação/reação. Um exemplo claro disso tínhamos também nos filmes (também só de diálogos) Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-sol, dirigidos por Richard Linklater. Ao colocar duas pessoas também conversando durante toda a duração do filme, eles tinham que, a todo tempo, mostrar a pessoa que fala (e que sugere algo) e a que que reage (aceitando ou rechaçando algo). Mais que isso, eles tinham que representar em gestos o que não é dito: um olhar que provoca; um não que quer dizer sim; uma levantada de sobrancelha desconfiada. E aí está boa parte do trabalho do montador, sabendo quando mostrar a ação e quando sugerir a reação, durante um diálogo, optando cada hora por um plano diferente. A mesma preocupação existe na série.
b. Quebra de eixo/direção do olhar. Eis uma das coisas mais dificilmente explicadas em aulas de direção e que o montador tem que estar a toda hora atento durante o processo. Ao inverter o eixo da câmera, colocando ela numa posição oposta ao sentido em que estava (em relação à ação), mudam-se as direções de olhar e sentido da ação, confundindo o espectador. O que em geral se atém para não parecer um erro, na série é usado com sentido narrativo. Ao trocar de uma hora para outra o eixo da câmera, passando para o outro lado da ação (do ombro esquerdo para o direito do analista, por exemplo), os olhares dos personagens trocam de direção, fazendo com que estes assumam posturas diferentes. O que antes estava em uma posição de defesa (e olhava para a esquerda da tela em boa parte das vezes) passa a assumir posição de ataque, olhando para o lado oposto. É um fator desconhecido para boa parte do público (que não percebe como tal) mas que certamente acaba influenciado por este tipo de linguagem (ou ao menos temos a tendência a pensar que sim). Dá de qualquer forma uma intenção para cada plano (e aqui valoriza o trabalho do diretor), além de um ritmo e uma dinâmica muito interessante (e o do montador também). Fica muito mais legal analisar o diálogo quando você está ciente dessas coisas; e pode interpretar que papel cada personagem está desempenhando nos diferentes momentos da série.
Tá dada a dica. (se quiser, clique aqui para ver em streaming o primeiro episódio - e ficar viciado para sempre).