Em "Distrito 9" a mensagem é ainda mais interessante. Se os aliens estivessem aqui, estaríamos também explorando-os, marginalizando-os a guetos, tentando entender e explorar sua tecnologia bélica. Os aliens em si não interessam, integrá-los não faz parte do plano. E já os conhecemos muito bem, eles estão entre nós e já é coisa antiga; já não tememos mais o desconhecido. Agora tememos nossa própria índole e sabemos que a salvação não virá do outro planeta ou de possíveis descobertas tecnológicas; estamos na verdade fadados ao fracasso, aconteça o que acontecer. E se falávamos do racismo e do preconceito ao outro, aqui o filme nos fornece um eficiente tapa na cara. Não é que não conhecemos o outro ou o tememos; sabemos muito bem o que está do outro lado, isto já existe faz tempo, estes "aliens" estão a um bom tempo entre nós e mesmo assim, ainda não empregamos nenhum esforço em integrá-los. Os aliens aqui somos nós mesmos; a visão deturpada de uma parcela de nós. O fato da favela usada para a filmagem ser um local real e a equipe a ter usado após um verdadeiro remanejamento destas pessoas para novos blocos comerciais (de pessoas pobres e majoritariamente negras) é mais representativo impossível. Na cena em que eles usam o então mutante para matar um extraterrestre (o que o personagem viria se tornar depois), vemos semelhanças com outros filmes que abordam as mesmas situações: seja na arma da mão da criança para matar outra do "Cidade de Deus" de Fernando Meirelles, ou na mesma situação do "Diamante de Sangue" de Edward Zwick (dois filmes que também trabalham a questão racial e a vida nas situações-limite).
Mas nestes dois filmes, "Avatar" e "Distrito 9", existe a salvação: não da humanidade e sim do personagem. Nos dois, esta salvação se faz pela total transformação humano-alienígena. Ou seja: não é possível compreender o outro, não é possível conviver harmonicamente, não é possível salvar o nosso planeta do que quer que seja, como fazia no passado todas as histórias de super-heróis. Agora, parece que precisamos transformar-nos totalmente em outra coisa e integrar-nos a um mundo que não é o nosso. Para o nosso mesmo já não há mais salvação. Estamos fadados ao fracasso.
Super legal o blog, Rica. Mas acho que tá na hora de te contar...eu sou um alien.
ResponderExcluirsomos todos na real. huahuahua.
ResponderExcluirque bom que tenho dois aliens perto de mim, assim não me sinto tão sozinha.
ResponderExcluirestou adorando te ler, pretinho!
Valeu Carulina!
ResponderExcluirO ano do primeiro alien era 1979...
ResponderExcluirEi Assan, valeu pela dica. Confundi o primeiro filme com o filme do Cameron. Agora está tudo certo.
ResponderExcluirSensacional. E o alien saía de dentro da barriga da pessoa, e quando a pessoa descobria o "desconhecido" ela morria. Louco, não?
ResponderExcluir... e os militares no Alien queriam conhecer o alienígena, para aprender com ele, e a personagem principal é quem queria matá-lo. Já no Avatar é invertido, os militares querem destruir os alienígenas.
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